O Megafone do Pacheco

Um mundo visto por um adolescente.

Tuesday, May 30, 2006

43ª Divulgação - Santa Cusquice

Soube hoje, através de uma pessoa que eu considero ser uma das principais razões para tal coisa acontecer, que o hi5 (www.hi5.com) foi o site mais visto pelos Portugueses no último mês, mais ainda que o Google, o famoso site de procura.
O hi5 é um site onde a pessoa cria um utilizador, traça o seu perfil, relata os seus gostos, medos e onde pode pôr ou não (sendo a 1ª opção a mais utilizada) as suas fotografias, menos ou mais atrevidas (sendo desta vez a 2ª opção a mais utilizada).
Claro que sabem no que isto vai dar.

Isto só prova aquela velha(e na verdade, tão recente) que o portuga é um curioso, aliás, um cusco de primeira. Não há verdade, nem podre que o povinho não queira saber, sendo a prova principal o número de revistas da especialidade que existem ("Maria", "Mariana", "Grazia", "Caras", "Lux", etc etc..)
Temos ainda o "por preencher das Celebridades" com que somos bombarbeados de 3 em 3 meses, em que temos o "privilégio" de vermos uma porrada de pessoas que não tem mais nada que fazer, a lavar o rabinho e a dar conselhos de moda uns aos outros..(os próprios blogs, não acabam por ser uma maneira de cuscar os outros?)

Para finalizar, a minha preferida, esta é também a verdadeira razão do trânsito nas autoestradas em Portugal. Não é pelos sinais, nem pela afluência, nem tão pouco pela hora de ponta. É pura e simplesmente porque havendo um carro na berma, acidentado, parado ou "ocupado", o portuga tem a necessidade de saber o que se passa..

E qual é a solução?

Abrandar, pois claro. Até, porque não, parar. Pode vir a revelar-se interessante.

Metam-se na vossa vida!

PS : Mais uma pessoa para a secção dos Recém-Chegados, Ana! Grande blog!

Monday, May 29, 2006

42ª Divulgação - Calor...

É recorrente, em tempos invernais, equacionar e mencionar a falta que o Sol e o calor fazem.
No entanto, não para ser do contra, já que esta teoria encontra os seus primórdios algures no ano de 2002, prefiro o frio ao calor(sobretudo a este calor insuportável que se tem sentido..).
Sou friorento, é um facto, mas não há frio que uma meia dúzia de camisolas não console.
Mais : O frio é bastante mais aconchegável, já que quando o sentimos, é costume enroscarmos-nos mais na manta, no édredon ou mesmo na namorada, sendo a pièce de resistance o facto de nos podermos aquecer com um espesso chocolate quente, uma doce chávena de chá ou mesmo um delicioso copo de leite quente.

O calor, por sua vez, urge a vinda do suor à flor da pele, o que se torna bastante desconfortável quando em grupo, ou fora de casa. (Nota para mim próprio : Levar sempre t-shirt branca)
Põe-nos moles e ensonados, sendo assim o verdadeiro Xanax da natureza!
E quando mesmo despidos, sentimos calor, o que é que podemos fazer senão desesperar?
Até porque, com este calor, é costume dizer "Estava-se bem era na praia", o problema é que temos sempre coisas que nos impedem de fazer uma visita ao areal.

Eu pedia assim ao Sr. Criador do Mundo para que das duas uma : Ou faz com que as pessoas não tenham mais afazeres, para poderem ir à praia, ou faz este calor infernal desaparecer!

Acho injusto que as pessoas tenham de trabalhar nos dias de sol, nos dias de praia.

(Excepto os senhores dos cafés nas Praias. Esses podem trabalhar!)

Com os maiores cumprimentos, Pacheco.

Monday, May 22, 2006

41ª Divulgação - Estimo bem que você se ...

São 8h15 da manhã, mais coisa menos coisa. A minha aula estava nesse momento a começar, e eu, esperava pacientemente a carreira que me iria levar ao meu destino, a escola, na paragem de autocarro. "Às 8h25 'tou lá. Nao há problema." - Penso eu.
De facto, 8h18 e avisto o 67, e dou graças, pequenas, mas graças pelo autocarro nem ter demorado muito.
Entro. Cordialmente, deixo as senhoras entrar primeiro, os senhores também, e ponho um pé no degrau do autocarro. Uma senhora, à minha frente, passa o Cartão Viva Lisboa, carregado(supostamente) com o "L" correspondente no dispositivo à entrada, ao que o dispositivo responde com uma luz vermelha, um apito insistente e uma mensagem "Cartão inválido. É favor voltar a carregar."
A senhora, nem se dignando a olhar para trás, dirigiu-se para os lugares vermelhos, ao que o motorista, condescendente com a 3ª idade, não fez alarido.
Logo a seguir, aparenta-se-lhe um jovem de 18 anos, de mala às costas, que ao contrário dos outros todos, que passam e muitas vezes nem revalidam o seu passe no tal dispositivo, tira a carteira do bolso, passa no dispositivo e aparece a mesma mensagem "Cartão inválido. É favor carregar."
"Ainda ontem funcionou, quando vim de Arctic Monkeys.." - pensei eu
Educadamente, pergunto "O passe caducou hoje. O que faço?"
E diz o condescendente motorista, com o ar arrogante e superior que os jovens merecem "Tem o recibo?" - "Não, por acaso não tenho."
"Então você é que sabe o que tem a fazer" - "Não será possivel deixar-me passar, visto ainda ontem ter funcionado?" - "O senhor é que sabe o que tem a fazer" - num tom mais elevado, mais arrogante - "É que eu nem dinheiro para um bilhete tenho, e já estou atrasado para a escola" - ripostei eu, ao que o Sr. Condutor-com-o-4º ano diz "O senhor é que sabe o que tem a fazer" - desta vez, claramente a mandar-me para outra zona. Parou o autocarro na paragem seguinte, saí pela porta da frente, virei-me para o barbudo sentado e anunciei em alto e bom som :

"Estimo bem que você se foda."

E ala a pé para a escola, que já eram 8h25.

Com os maiores cumprimentos, Pacheco

Friday, May 19, 2006

40ª Divulgação - Muito Papel se Gasta...

A verdadeira razão do excessivo abate de árvores reside, segundo a minha elaborada teoria, nos papeis para assear a boca que existem nos cafés por este globo fora.
No meu grupo de amigos, é frequente encontrarmo-nos no café ou para dar um dedo, por vezes uma mão cheia, de conversa, ou para estudarmos, ou somente pelo saudável convívio.
E, invariavelmente, passado duas horas, ao levantarmos-nos da mesa onde o colóquio teve lugar, encontramos uma ou duas chávenas de café, vazias e sujas, e papéis daquela textura acidentada e tom, ao toque, barulhentos, propalados das mais variadas maneiras nas mais diversas formas por aquela mesa fora.

Ora estão todos desfeitos, ora formam um bonito losango no meio, ora são bonecos de mãos dadas, ora pequenos rolos semelhantes a bombinhas de carnaval, ora simplesmente sujos da manteiga que encharcava a tosta mista, ora queimados pelas experiências de cigarros acesos, ora sujos de muco nasal(vulgo ranho).
Muito papel se gasta numa pequena conversa de café.

Portanto, caros criadores daqueles mail's em cadeia cujo objectivo, que eu acho bastante realista, é encontrar jovens papalvos o suficiente para acreditar que de facto a floresta tropical vai ser salva se o mail for reencaminhado nos 10 segundos seguintes, a 10 pessoas diferentes, porque ganham 300$ por pessoa, aconselhos-vos que criem outro com o que descrevo aqui.

Garanto que vão ter mais adesão, eu próprio seria o primeiro a reencaminhar!

Até porque se criarem este, vão sentir-se muito mais realizados, prometo!
Na pior das hipóteses, o mail nunca vai sair dos vossos contactos, e vocês continuam a ter o mesmo veredicto de sempre:

"Isso não funciona.."

Com os maiores cumprimentos, Pacheco!

PS : Bem vindo à nova Blogger, Cate! Vejam nos "Recém Chegados" . E parabéns a mim pelos 3000 hits!

Monday, May 15, 2006

39ª Divulgação - A "Poltrona"

A problemática inerente à casa-de-banho pública, é hoje o meu tema. Eu que sou um jovem de índole festivaleira, de cariz descontraído e desenvencilhado, posso apelidar as casas de banho públicas uma da minhas maiores fraquezas.
Muito resumidamente, não consigo.
Posso ter dores insuportáveis de barriga, posso ter flatulências frequentes, cuja frequência afecta ora homens ora mulheres (homens até era "de homem"), posso andar de pernas cruzadas e a fazer figas(e sobretudo muita força) para que não haja precocidades, mas aliviar-me numa casa de banho pública?
Nada disso. E acreditem que levo isto à letra. Só mesmo quando estou na maior das aflições, em que já nem me consigo pôr de pé, e depois de séria consideração, é que vou.

Em relação a isto mesmo, fiz um agregado de versos, vulgarmente intitulado como um poema :

"A Poltrona"

Não é tarde, nem é cedo
Não é novo, velho enredo
Apenas mais uma reposição
Mais um momento de solidão
Solidão que nem se revela
Pois nunca se dá por ela
Precisas dele, pois é só teu
A reflexão que o corpo te deu
Nunca receies tal instante
Prolonga-o, torna-o relevante
(Re)Conhece a tua zona
Fá-lo como algo régio
Orgulha-te da Poltrona
Onde cagar é um privilégio

By Pacheco, 2006

Com os maiores cumprimentos, Pacheco

Wednesday, May 10, 2006

38ª Divulgação - Maldito Afia

Hoje, estando eu numa aula de DGD, e tendo sido encomendado pela minha tutora escolar dessa mesma disciplina, um determinado exercício, peguei no meu lápis HB e de lápis em riste preparava-me para desenhar, quando reparei (felizmente antes de sujar a folha impecavelmente branca) que o bico tinha ido dar uma volta.
Preocupado, pois o trabalho era sumativo, e portanto, qualquer rabisco por muito mal feito que fosse ajudava mais que um descanso (merecido, diga-se) por motivos de desencontro com o bico em questão, fui na busca de um afia, esse objecto quase extinto nos dias de hoje.

Encontrei um, e enfiei o lápis na ranhura devida, rodei de forma a que a pequena lâmina incutida no afia, fizesse nascer donde o nada se tivera apoderado, um novo bico.

E fez (à segunda tentativa, porque o 1º nascimento correu mal). Mas, e agora vem o drama todo da questão, cagou-me os dedos todos de carvão, que invariavelmente vão segurar o raio da folha incrivelmente branca, vão deixar dedadas e estragar a incrível apresentação que tinha a folha incrivelmente branca.

Quem é que foi o génio, que quando criou o afia, achou que a invenção estava acabada?
"Pronto, está feito! Suja um bocado as mãos, mas nós somos todos porcos, não há problema - Inventor do Afia, Séc XI"

Juro-vos, este é que merecia um "Lava-me porco" no vidro de trás do carro.

Agradeço ao jovem que pensou nisto primitivamente :

O inventor da lapiseira.

Com os maiores cumprimentos, Pacheco!

PS: Parabéns ao "Recém-Chegado" à Blogosfera, Eduardo!

Wednesday, May 03, 2006

37ª Divulgação - O meu Pai (I)

Não sei se já repararam, mas o blog foi remodelado. Agora além das divulgações, temos um pequeno título para cada uma, para facilitar os arquivos e a leitura de posts anteriores!

Para mais, vou passar a ser mais directo, e deixar-me dos salameques iniciais como "Boas noites" ou pequenas divagações emocionais, pois isto é sobretudo, como eu pensei quando criei o blog, para rir.

O Post :

O meu Pai é a pessoa mais peculiar e interessante que eu conheço. É, provavelmente, a pessoa mais culta que eu conheço, e muito do que sei foi-me ensinado pelo meu Pai, que dava um óptimo José Hermano Saraiva, um óptimo Jornalista, um excelente político e porque não, um grande Presidente da República. Mas, como todos os génios, tem as suas invulgaridades. Desde a sua deliciosa mania de coleccionar garrafas de água e espalhá-las pela casa, até ter uma gaveta com cerca de 2000 lenços de papel, passando pela sua mania de dizer mal do seu clube, Benfica, e dizer "Esta equipa não me convence" , quando esta época é capaz de não ter visto um único jogo mais de 30 minutos, e o mais provável é nem saber o nome do atacante de serviço.

Ele é um poço de cultura, e conseguiu-me responder a toda e qualquer pergunta que eu lhe tenha colocado ao longo destes anos todos, respondendo sempre de uma forma eloquentíssima, estruturada e clara. Tem uma memória para datas e para a história mundial espectacular, e consegue-me falar durante horas sobre a história de vários países (incluindo o nosso). Mas para contrastar, demorou 5 anos a decorar 6 nomes de amigos meus, que falaram com ele inúmeras vezes. Os outros amigos, nem vale a pena, porque se for preciso esquece-se no momento a seguir a lho terem dito! (Com continuação)


Com os maiores cumprimentos, Pacheco.