O Megafone do Pacheco

Um mundo visto por um adolescente.

Thursday, April 24, 2008

75ª Divulgação - A mítica colher

De tempos a tempos, tendo o carro para arranjar (o que já começa a ser recorrente), tenho o deleite de aproveitar a boleia de um amigo meu para a faculdade. Na, também ela recorrente, pressa a sair de casa, pego no belo do iogurte de manga e numa colher adequada e saio da habitação.

Acabado que está o iogurte, lambuzo a colher, dou uma esfregadela na camisola, e guardo no estojo. Será normal então que me ouçam chocalhar pelos corredores da faculdade e em dias mais estranhos, também me poderão ouvir mugir.

Um dia destes, numa aula, estou eu com o estojo aberto, e alguém sentado ao meu lado pergunta "Por acaso não tens uma caneta..?" - e ao dizer isto, fica confuso, diria mesmo perdido.

"Tu tens uma colher no estojo?"
Eu sem muitos rodeios respondo que às vezes dá jeito, ao que ele acena, meio assustado.

Uns dias depois, na necessidade do belo café, saí da biblioteca, onde deixei os meus afazeres universitários a jazer. Ponho as moedas, escolho o curto, porque não quero perder tempo a beber e recolho o café. Num gesto quase automático, "pego" na colher, que não tinha saído.

Corri para a biblioteca, deixei o café à porta, tirei a colher do estojo e voltei para apreciá-lo. Retornei a lambuzá-la, esfreguei na camisola e pu-la de volta no seu sítio.

E o burro sou eu?

Com os maiores cumprimentos, Pacheco.

Sunday, April 13, 2008

74ª Divulgação - Problemas de memória

O ser humano é por natureza um animal de hábitos variáveis, e a verdade é que, uns mais do que outros, acabamos por nos moldar àquilo que se nos apresenta.
O facto de não gostarmos de couve-flor enquanto crianças, provavelmente porque é o único alimento que os chefs nos gostam de impingir, normalmente muda com o decorrer do tempo. A expressão cliché para a situação é "O que eu andei a perder estes anos todos!".

E tudo isto seria um processo normal e auto-suficiente, não fosse o facto de eu não me conseguir incluir nesta normalidade.

As coisas quando estão mal, estão mal, quando estão bem, estão bem. Mas quando as coisas mudam, eu tenho um grave problema em lembrar-me de como estavam antigamente. Eu tenho um défice de memória, que me leva a moldar-me muito mais facilmente à nova situação, o que é algo de que me posso não só gabar, como meter inveja!

Acabei de partir uma perna, "Bom, tenho a perna partida. 'Tou a morrer de dores, mas a verdade é que já nao me lembro como é ter a perna normal"

A vida é bela.

Com os maiores cumprimentos, Pacheco.

Saturday, April 12, 2008

73ª Divulgação - Só para avisar...



Com os maiores cumprimentos, Pacheco.