O Megafone do Pacheco

Um mundo visto por um adolescente.

Thursday, October 26, 2006

51ª Divulgação - Reformas "certeiras"

Desculpem lá a pausa, entrei na Universidade e o fascínio apoderou-se um bocado do meu tempo. No entanto, pretendo voltar a escrever regularmente!

Isto das reformas já me começa a irritar.
Andava eu no 10º ano, e, cansados do programa antigo, o ministério resolve impôr uma nova reforma a nível de secundário, o que deixava os alunos desse 10º ano sem bases para o restante secundário.
"Tudo bem, até pode ser que seja mais fácil."

Nada disso. Não só a reforma foi uma autêntica renovação da matéria, sendo a partir dessa altura leccionadas matérias que nunca tinham sido testadas, mas também fomos as cobaias do nosso adorado ministério da Educação.

Acabado o 10º ano, ficamos a saber que as expectativas não foram correspondidas, e o Ministério resolve impôr nova reforma, sendo esta a reforma que vigora neste momento, fazendo dos nascidos em 88 os mártires do ensino.

A justiça urgia. Mas para piorar a situação, acabado o 12º ano, chegam os temidos exames. Ao contrário de todos os outros alunos do mundo, e de todos os anos, os nascidos em 88 não têm tal coisa como "exame de prova" nem tão pouco exames semelhantes de anos passados. Porquê? Porque tudo estava mudado.
Um pouco como um paraquedista, sem páraquedas.

Acabada a 1ª fase de exames, o Ministério apercebeu-se da grande bronca que foi esta nova reforma, pelas médias nacionais dos exames de Química e Física que nem a 7 chegavam (e pelos outros que também andavam pelas negativas ou positivas fraquíssimas).

Mas o Ministério, resolve beneficiar os alunos que tinham tido negativa no 1º exame, deixando-os repetir o exame na 2ª fase, podendo este contar para a 1ª fase de candidatura na mesma. Generosos?
Nem por isso.

Esqueceram-se dos alunos que tinham tido positiva, porque se esforçaram por isso, obrigando-os a repetir o exame, pelo medo de com isto a média subir.

Esqueceram-se dos alunos que preferiram deixar o exame para a 2ª fase para terem mais tempo para estudar, valorizando assim os alunos que preferiram fazer na 1ª fase.

E por fim esqueceram-se dos alunos dos outros agrupamentos, que se viram exactamente na mesma situação, mas em disciplinas diferentes, e que acabaram por ter de recorrer à 2ª fase de candidatura, tendo muitos deles nem sequer entrado.

Dito isto, chegamos à universidade (os que chegaram) e deparamos-nos com "Bolonha", o famoso tratado, que nos deixa novamente "à toa" : Não só pelo facto de estarmos numa Universidade, mas pelo facto de mais uma vez sermos alvos de uma Reforma (necessária, nao digo que nao, mas..) que nos deixa sem exames de prova, e sem bases de anos anteriores.

E agora, ainda há quem consiga falar de injustiças?

Com os maiores cumprimentos, Pacheco